quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

COPOM: Nada mudou por ora.....

Prezados,

Em meio a temores sobre uma possível recessão na maior economia do mundo, os Estados Unidos, e a fortes oscilações nas bolsas de valores, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro se reuniu ontem e hoje (22 e 23) e optou, de novo, por manter a taxa básica de juros estável em 11,25% ao ano. A decisão foi unânime.

Essa é a terceira reunião consecutiva na qual o Copom não mexe na taxa Selic que, mesmo assim, permanece no nível mais baixo da história.

A decisão veio em linha com a previsão do mercado financeiro, que prevê agora a retomada dos cortes de juros somente em fevereiro de 2009 - momento no qual a taxa seria reduzida para o patamar de 11% ao ano.

Porém nas entrelinhas....
Também não foi estabelecido um viés para a taxa de juros, que, deste modo, deverá permanecer no mesmo patamar até o próximo encontro do Copom, marcado para 4 e 5 de março.

Ao fim do encontro desta quarta, o BC divulgou a seguinte frase: "avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 11,25% ao ano, sem viés. O Comitê irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária".

Fator FED
Não é para desconsiderarmos, naturalmente, que
a reunião do Copom acontece um dia após o Federal Reserve (o BC norte-americano) ter anunciado redução, de forma surpreendente, em sua taxa básica em 0,75 ponto percentual, de 4,25% para 3,50% ao ano.

Mas e o contexto?
Bom, vale lembrar que o
Copom orienta suas decisões tendo por base o sistema de metas de inflação. Para este ano e para 2009, a meta central é de 4,5% com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Deste modo, o IPCA, utilizado como referência pelo BC, pode ficar entre 2,5% e 6,5% nestes dois anos sem que a meta seja formalmente descumprida. Vale recordar que ao elevar os juros, o BC impede o crescimento dos gastos da população e, conseqüentemente, atua para conter a inflação. Ao baixá-los, estimula o consumo.

Para definir os juros básicos da economia, o BC analisa, além do cenário externo, outros fatores que possam ter impacto na trajetória inflacionária, como o preço do petróleo (que está em alta); o uso do parque industrial (que está em nível recorde) e os impactos de reduções de juros efetuadas anteriormente e que demoram alguns meses para terem impacto pleno na economia.


A manutenção dos juros, e a previsão do mercado de novas reduções somente em 2009, são motivadas justamente pelo aumento dos preços, que está sendo puxado, principalmente, pelos alimentos e pelo setor de serviços.

Antes da reunião do Copom realizada no início de dezembro, por exemplo, a expectativa do mercado financeiro era que o IPCA ficasse em 4,10% em 2008. Na semana passada, porém, a projeção já estava em 4,37%.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Pensamento do Dia: "O verdadeiro suporte!"

Não foi a redução da taxa de juros hoje pelo FED que animou os investidores e fez a bolsa subir, mas sim a declaração do presidente sobre qual o verdadeiro suporte da Bovespa:

"Não se preocupem!!! Se bater 51, eu tomo tudo!"

PS: Piadinha infâme só para descontrair.... rsss

Calendário de Divulgação de Resultdos do 4T de 2007


Prezados,

Cliquem na figura para visualizar com nitidez o Calendário de Divulgação dos Resultados do 4º Trimestre de 2007 das empresas....

Morgan Stanley: Não tem dado sorte com o Mercado Imobiliário

Não é mais novidade para ninguém que o mercado imobiliário dos EUA, via o famoso SUBPRIME, tem dado uma enorme dor de cabeça aos Grandes Bancos, como Citibank, JP Morgan, e com o Morgan Stanley...

Curioso é que pelo visto, o Morgan Stanley também não deu muita sorte com suas apostas no setor imobiliário por aqui, pois em Abril de 2007 fez seu maior investimento na área imobiliária no Brasil. Por meio do fundo Morgan Stanley Real Estate Special Situations Fund III, o banco de investimentos adquiriu 14,29% da Abyara numa operação que totalizou 150,2 milhões de reais.

Ao todo, foram compradas 7.267.901 ações ordinárias da construtora por 20,67 reais cada, sendo adquiridas 3.129.056 dos sócios fundadores Emilio José Westermann, Celso Minoru Tokuda e Arnaldo Curiati e outras 4.138.845 da companhia Artesia Equity Investments LLC e do acionista Marcelo Faria de Lima.

Na época o Sr. Brian Carr (Chefe da Área de América Latina do Morgan Stanley Real Estate) disse ao mercado: "Nós acreditamos que o modelo de negócio da Abyara fornece uma vantagem estratégica e representa uma oportunidade única para a Morgan Stanley Real Estate entrar no mercado imobiliário brasileiro"...

Veja o gráfico da Abyara e responda, se for capaz: será que ele continua empregado depois desta aposta? Não sei não....

A Abyara caiu com força total a partir da 2a. semana de julho/07, não respeitou em nada os suportes previstos, e agora em Jan/08 já se aproxima do Marco ZERO, ou seja, irá se equivaler à posição de Dez/07 quando começou sua trajetória positiva...

O que está por vir?
Depende do humor do mercado, mas que ela tem sido muito castigada, não há dúvidas!! E com tantas restrições dos Grandes Bancos e Investidores ao mercado imobilário como uma regra nos dias de hoje, pode ser que sua recuperação seja mais lenta que o desejado....

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

PETR4: Tirando o motorista e o trocador, tudo é passageiro....

Prezados,

Situações tensas como a que vivemos, típicas de crise, geram naturalmente comportamentos abruptos e de aversão ao risco, e por consequência os ativos de maior liquidez (mais fáceis de serem vendidos....) são os que sofrem primeiro....

Portanto, como diz o ditado popular: "tirando o motorista e o trocador, tudo é passageiro... "

A PETR4 só tem dado notícias bonitas, é aumento da produtividade, descoberta do Campo de Tupy, o petróleo (mesmo com as recentes quedas...) nunca esteve em um patamar tão alto, e hoje anunciou mais um Fato Relevante: "Descoberta de uma importante jazida de Gás e Condensado no Pré-Sal".....

Assim, tanto psicologicamente quanto em termos dos fundamentos econômicos da empresa, este GAP de hoje, que pode ser observado no gráfico (SALVO UM ARREFECIMENTO DOS ÂNIMOS) tende a ser fechado logo logo....

Lembremos que antes do anúncio do campo de Tupy, os preços oscilavam em torno de R$ 75, e depois chegaram ao TH de R$ 90,78, e há consenso de que o preço previsto para o final de 2008 girará ao redor de R$ 100, ou seja, considerando o preço de fechamento de hoje (R$ 67,79) dá uma perspectiva de valorização de 47,51%!!! Nada mau, não???

Bom, são apenas previsões e como tal podem ou não se concretizar, mas de qualquer forma como diz o título da postagem... tudo é passageiro.... até as crises!!! Cabe a cada um ponderar e tirar suas próprias conclusões sobre o momento de entrar ou sair do mercado, vale dizer que as melhores oportunidades, via de regra, estão associadas a riscos mais altos!

BON$ INVE$TIMENTO$

Segunda-Feira DRAMÁTICA

Prezados,

Mesmo sem novas referências da situação econômica norte-americana, e com os negócios nos EUA paralisados pelo feriado, a segunda-feira (21) foi negra para os mercados globais, ainda com a crise do país como responsável. As perdas generalizadas se estenderam da Ásia, para as bolsas européias e derrubaram o mercado brasileiro.

Com os investidores julgando a atuação do governo norte-americano insuficiente diante do tamanho da crise imposta pelo segmento de hipotecas de alto risco, o índice Nikkei da bolsa de Tóquio fechou o dia com desvalorização de quase 4%, enquanto as principais bolsas européias registram baixas superiores a 6%, contaminando o Ibovespa. Em meio a tanto pessimismo, o principal índice de ações doméstico caiu 6,60%, e o dólar comercial registrou forte avanço.

A crise de crédito, que com seguidos indicadores vem demonstrando as profundas marcas deixadas sobre a atividade econômica dos EUA, parece não encontrar barreiras suficientes para limitar suas marcas. O pacote fiscal anunciado pelo presidente George W. Bush na última sexta-feira, tido anteriormente como importante meio de conter o avança da crise, foi mal recebido pelos investidores, alimentando a adoção de posturas de maior cautela nos negócios.

A proximidade da reunião do Federal Reserve também corrobora a elevação da percepção de risco. Com o cenário turbulento se agravando a cada dia, o mercado aguarda com ansiedade a atualização da taxa básica de juro norte-americana. Uma nova redução na Fed Funds Rate é consenso entre os analistas, que divergem apenas em relação à amplitude do corte.

Inflação em foco no Brasil
Sem indicadores relevantes na agenda externa, o destaque do dia, internamente, ficou por conta dos dados inflacionários.

Apesar da desaceleração da inflação mensurada anteriormente pela segunda prévia do IGP-M de janeiro, o relatório Focus demonstrou uma elevação das projeções do mercado para todos os índices inflacionários para este mês.

Para completar a cena, a balança comercial brasileira mensurou um saldo tímido de US$ 1 milhão na terceira semana do ano.

Ibovespa despenca mais de 6%; dólar avança
Com a turbulência internacional mostrando forte influência sobre os ânimos no mercado doméstico, o Ibovespa segue penalizado. O índice encerrou a segunda-feira com baixa de 6,60%, cotado a 53.709 pontos. O volume financeiro, mesmo em dia de vencimento de opções, não passou de R$ 5,98 bilhões.

Vale destacar que, dos 64 ativos que integram o Ibovespa, nenhum escapou do vermelho.

No mercado de câmbio, o dólar comercial também foi influenciado pelo pessimismo externo e registrou forte avanço de 2,52%, a R$ 1,83. Desde o começo do ano, a moeda norte-americana já acumula valorização de 3,04%.

Maiores altas e baixas
As bruscas baixas de papéis relacionados ao mercado de commodities contribuíram para a amplitude do recuo do Ibovespa. Entre eles, os mais líquidos da bolsa, Vale e Petrobras cederam respectivamente 11,35% e 7,42%.

Dentre todos os integrantes do Ibovespa, a maior queda ficou com os ativos preferenciais de classe A da Vale, que com a baixa encerraram cotados a R$ 41,55. Com a desaceleração da atividade econômica, o sentimento é de redução na demanda pelas commodities.

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
VALE5 Vale Rio Doce PNA 41,55 -11,35 -18,13
CCRO3 CCR Rodovias ON 21,74 -10,86 -20,95
VALE3 Vale Rio Doce ON 46,22 -10,40 -22,07
SBSP3 Sabesp ON 34,29 -9,04 -16,63
GOAU4 Gerdau Met PN 55,00 -8,94 -22,54

Nenhuma ação que compõe o Índice Bovespa fechou em alta!!!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Como diria Leo Jaime... Nada mudou: Taurus, Renner, BM&F

Semana vai, semana vem, e nada mudou para a Taurus (FJTA4) e a Renner (LREN3).....

As análises postadas semana passada seguem valendo, sobretudo o patamar psicológico de R$ 10 para FJTA4, que fechou quase que de "teimosia" em R$ 10,1.

Por sua vez, a Renner segue influenciada pela aversão de muitos investidores ao segmento de varejo, por conta das perdas no mercado norte-americano, e suas ações não tem encontrado forças para subir com consistência, pelo menos por enquanto....

E a BM&F?
Bom, comentar a BM&F é bater em cachorro morto, fechou a sexta em R$ 17,65.... e seguiu dando desgosto aos seus detentores....

BON$ INVE$TIMENTO$

Petrobras: Nóis capota mas num breca!

Prezados,

reparem o gráfico semanal da PETR4, vejam que desde a semana de 03/dez, pouco após o anúncio do Campo de Tupy formou-se um canal de alta (seta em azul), e as ações subiram bonitinho, dava até a impressão que iriam bater no TH de 90,78% (100% da Fibo).

Porém, o mercado nestas últimas duas semanas deu uma pequena capotada, como diriam os amigos que gostam de colar adesivos em carros: "nóis capota mas num breca!". E porquê deste palavreado? Muito simples, entendo que a PETR4 segue em sua tendência de alta (num breca não!!), tendo nestas duas semanas se mantido no patamar ao redor do suporte de 81,8 - linha em azul....(aliás fechou em 81,73 nesta última sexta).

Ainda assim, caso perca esta suporte para uma pequena correção ainda tem o patamar importante de 76,30 antes de atingir os 71,28 (61,8% da Fibo).

Naturalmente, como é uma blue chip está associada aos humores do mercado, mas seus fundamentos seguem sólidos e as perspectivas de novas descobertas trazem um ânimo adicional aos investidores....
BON$ INVE$TIMENTO$!!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Qual o FUTURO da BM&F?

Prezados,

Desde sua Oferta Pública Primária, ou seja, sua IPO havia uma fartura de informações de que seu preço era alto demais, natural que no afã de muitos desejarem se aproveitar de uma possível valorização na sua estréia, a alta tenha sido favorável.

Mas só a título de recordação vale dizer que a 1o. intervalo das ações estimava um preço entre R$ 18 e R$ 20, e como não há bobo no mercado, a BM&F, tal qual a Bovespa em sua IPO também fez, se aproveitou do apetite dos investidores, e elevou o intervalo para R$ 20 a R$ 22.

Quem se beneficiou com isso?
Ora, a própria BM&F, e por consequência os compradores tiveram que pagar um ágio de 10% a mais para levar as ações, aliás que ações? Não deu nem 1 lote de 100 para cada investidor - PF, foram míseras 91 ações....

E aí?
E aí que se tem 4 patas, balanço o rabo e late, meu amigo só pode ser cachorro!! Devias ter saído fora logo no 1o. dia, ou seja, flipado!!!! (perdoem-me mas não resisti a usar esta expressão... rsssss) Ora bolas, depois de tudo isso ainda vai querer encarteirar a ação na famosa estratégia B&H (Buy & Hol = compra e segura)?

E no que deu?
Deu no que deu... não por acaso a Merril Lynch que faz jus à célebre frase de Keynes: "A longo prazo todos estaremos mortos!", mandou a seguinte letra no último dia 08/janeiro: sai fora que o preço justo é R$ 19!!! Como não há muitas coincidências nesta vida, é justamente o ponto médio do 1o. intervalo previsto para as ações serem negociadas.

E agora José?
Bom, quem vendeu está rindo, quem não vendeu está bradando: ela vai se recuperar! Eu sei que vai!

Bom, ela pode até se recuperar, mas com o mercado do jeito que anda, pode respirar um pouqinho e depois cair de novo, enfim mais uma vez para muitos o "apego" ao papel pode ter trazido reveses.

TAURUS: Que VIOLÊNCIA!

Prezados,

A queda da Taurus (FJTA4), uma das ações preferidas da Geração Futuro, desde a 2a. semana de Dez/07 me chamou a atenção. Via de regra é uma ação que dá alegrias, haja vista sua trajetória ascendente nos últimos 12 meses, onde se valorizou mais de 150%, mesmo com esta queda.

É interessante observar como a retração de Fibonacci possui aderência com o gráfico semanal da Taurus, vejam que a ação foi buscar os 50% hoje, fechando em R$ 9,84 - muito próximo dos R$ 9,71 indicados no gráfico.

Outro aspecto importante a considerar é a perda do patamar psicológico da cotação de R$ 10, que por ser um número redondo servia como uma suporte emocional para alguns investidores.

Notem como no gráfico semanal se forma com clareza um triângulo (em vermelho no gráfico), indicando uma zona perigosa.... a qual uma vez rompida... não respeitou os 61,8% - R$ 11,12 - e foi direto buscar os 50% da Fibo como comentado....

Bom, agora é observar com atenção o comportamento da ação amanhã, onde encerramos mais um candle semanal, até porque adicionalmente cabe comentar que a ação hoje encostou no limite inferior das bandas de bollinger, estimada em R$ 9,78.

Ou seja, há uma congruência de indicadores demonstrando que é um momento importante para acompanhar a ação, que poderá ter se recuperar ou seguir neste canal de queda, ao menos temporariamente, uma vez que seus fundamentos são bons, e a violência não tende a diminuir, portanto seu principal produto terá muito mercado ainda (feliz ou infelizmente, dependendo do ponto de vista!).


BON$ INVE$TIMENTO$!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Você tem seu estilo e a Renner agora só tem um: ESTILO QUEDA!

Prezados,

A Renner (LREN3), famosa no setor de varejo, está atravessando um inferno astral. Apesar de muitos analistas manterem seu otimismo com suas ações, os investidores não gozam ainda da mesma opinião... o Gráfico dela é muito feio ainda!!!

O Semanal sugere que enquanto ela não romper o patamar de 61,8% da Fibo, ou seja, a cotação de R$ 33,92 segue arriscado mantê-la em carteira.

Caso persista seu canal de queda, ela poderá buscar os R$ 26!!!

Um importante suporte é o patamar de R$ 29,60 ( indicado em azul no gráfico).


Por outro lado, rompendo os R$ 33,92 pode dar um bom ponto de compra, desde que as médias de 21 e 55 dias estejam apontando para cima!


Fiquemos atentos! BON$ INVE$TIMENTO$!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

MITOS DE INVESTIMENTO – O QUE ESTÁ POR TRÁS DO P/L???

Prezados,

Para muitos como eu que aproveitaram para se descolar um pouco do turbilhão de acontecimentos do nosso tumultuado dia-a-dia, o ano de 2008 começou hoje....

E para iniciarmos nosso convívio em 2008, quero dividir com você o texto abaixo, que considero interessante tanto para os novatos quanto para os mais experientes, que podem revisitar o conceito de P/L, tão difundido em análises, e fazer suas reflexões pessoais acerca da matéria...

Aswath Damodaran, reconhecido por muitos como um dos mestres na arte de avaliação de empresas, teve um livro lançado recentemente no Brasil, de título “Mitos de Investimento”. Seu objetivo era investigar as grandes “verdades” a respeito do investimento em ações. Com forte base estatística ele demonstra o que tem e o que não tem fundamento nessas “verdades”, ainda ensina como extrair o melhor de cada uma das estratégias abordadas no livro. Uma breve discussão a respeito de um dos mitos do livro trata da compra de ações de P/L baixo. O livro para investidores de longo prazo é imperdível.

Por que as pessoas investem em ações de baixo P/L?
Antes de mais nada, o uso do múltiplo P/L é muito útil para comparar preços relativos das ações. Não faz sentido, por exemplo, dizer que a Usiminas, cotada a R$ 80,00, seja mais cara do que a Gerdau, cotada a R$ 50,00. Para uma comparação menos distorcida, divide-se o preço pelo lucro por ação de cada uma delas e obtém-se o múltiplo P/L.

Veja:

P/L Usiminas = Cotação / LPA* => 80 / 8,74 = 9,15

P/L Gerdau = Cotação / LPA* => 50/ 4,12 = 12,14

* LPA acumulado dos últimos 12 meses

A Usiminas, apesar de ter uma cotação mais alta, tem um múltiplo mais baixo do que o da Gerdau.


Os principais motivos que levam as pessoas a investir em ações de baixo P/L são, segundo Damodaran:


1. Essas ações seriam mais baratas do que as de elevado P/L
2. São bons substitutos para a renda fixa, pois apresentam elevado retorno. O retorno é calculado da seguinte forma: (1÷ P/L) x 100. Para a Usiminas, seria 10,92% (1 ÷ 9,15 x 100), o que é superior à renda fixa brasileira (rendimento líquido).
3. Ações negociadas a múltiplos P/L mais baixos do que suas semelhantes estariam com o preço incorreto.


Fatores determinantes do P/L?
No livro, de forma bem simples, Damodaran demonstra que a fórmula do P/L pode ser escrita da seguinte forma:

P/L = Taxa de Payout Esperada / ( Custo do patrimônio - Taxa Esperada de Crescimento)

Obs: Pela definição apresentada no livro pode-se entender o Custo do Patrimônio como sendo a taxa de retorno exigida pelo investidor, dado o risco da empresa. A taxa esperada de crescimento refere-se aos dividendos e o Payout refere-se ao percentual de distribuição do lucro.

O importante da equação anterior é entender como o P/L se comporta com a variação dos seus determinantes.

Uma investigação rápida mostra que:
1. O P/L tende a aumentar quando a taxa de payout aumenta.
2. O P/L tende a ser menor, caso a empresa apresente muito risco ao investidor, pois o retorno exigido (custo do patrimônio) seria alto, aumentando o denominador da fração.
3. O P/L tende a ser maior se a empresa tiver perspectivas de grande crescimento, pois diminuiria o denominador da fração.


É bem intuitivo para o investidor que empresas de baixo risco e grande perspectiva de crescimento apresentem P/Ls altos. Assim como é razoável acreditar que as pessoas tendam a pagar mais caro por empresas com elevados payouts.

Análise das evidências – resultado da pesquisa
Damodaran submeteu as ações norte-americanas ao “filtro de Graham” que serve para selecionar empresas de baixo P/L, porém exclui as empresas que têm baixo P/L por motivos errados: baixo crescimento e risco elevado.

O filtro primeiro seleciona ações que tenham um P/L igual ao dobro do rendimento de um título AAA. Isso significa que um título de dívida de baixo risco (AAA) que, por hipótese, dê uma rentabilidade de 10% ao ano teria um P/L de 10, logo o primeiro filtro eliminaria todas as ações com P/L maior que 20.

Depois se exclui empresas com elevado endividamento, baixo patrimônio líquido, baixo crescimento e com prejuízos recorrentes.

Da amostra obtida, Damodaran montou duas carteiras, uma ponderada pelo valor da empresa, ou seja, empresas com maior valor de mercado tinham maior participação e outra com ponderação equivalente, ou seja, todas as empresas têm o mesmo peso na carteira.

Depois, comparou essas duas carteiras com o desempenho das ações de elevado P/L (o restante das ações, excetuando-se aquelas que não tem lucro e, portanto, não se aplica o conceito de P/L).

O resultado da comparação foi que a carteira de baixo P/L obteve quase o dobro rentabilidade das ações de elevado P/L, com base nos critérios utilizados por Damodaran. Mesmo se subdividindo o período (1952- 2001) em subperíodos, para ver se em algum momento as ações de elevado P/L tiveram melhor performance, a carteira de baixo P/L se saiu melhor.

O que a história não contou?
Bom, o objetivo de Damodaran era identificar falhas na estratégia e não prová-la. Apesar dos evidentes resultados superiores, o livro mostra, dentro das premissas de seleção da carteira, como se livrar de empresas com P/L baixo, porém que apresentam elementos que poderiam prejudicar a estratégia.

O livro ensina a se livrar de empresas de alto risco, baixo crescimento e, principalmente, ensina a identificar a “qualidade” dos lucros das empresas.

Mas essa é uma discussão que vamos deixar para o leitor procurar no livro ou para um próximo tópico!!

BON$ INVE$TIMENTO$!!!